ENTEROGRAFIA POR RM EM IDADE PEDIÁTRICA – AVALIAÇÃO NA DOENÇA DE CROHN

HUGO MATOS, MARIA JOSÉ NORUEGAS, HENRIQUE PATRÍCIO, SUSANA BASSO, RUI CATARINO, PAULO COELHO

IA doença de Crohn (DC) é uma patologia inflamatória crónica, recidivante, multifactorial, que pode envolver qualquer parte do tracto gastro-intestinal, maioritariamente o intestino delgado e o cólon.
Com os recentes desenvolvimentos, a ressonância magnética (RM) tornou-se num meio imagiológico importante no diagnóstico e follow-up desta patologia, permitindo a caracterização e avaliação da extensão da doença.
Com base na análise retrospectiva dos estudos de enterografia por RM realizados, pretende-se referir as vantagens e desvantagens desta técnica no diagnóstico e follow-up da DC em idade pediátrica; descrever a forma como se procede à sua execução e
preparação; demonstrar os achados que obtivemos mais frequentemente e que permitem a caracterização das alterações inflamatórias quer a nível intestinal quer extraintestinais.
Na realização destes estudos torna-se necessária a distensão das ansas intestinais. Esse objectivo pode ser conseguido recorrendo a intubação nasoduodenal (enteroclise) ou por ingestão oral (enterografia) de produto de contraste. Os contrastes utilizados podem ser classificados em positivos, negativos ou bifásicos consoante o efeito que obtêm na intensidade de sinal no lúmen das ansas de intestino delgado nas diferentes sequências de imagem.
Os estudos foram realizados numa ressonância magnética de 1,5T, com antena de corpo, com o doente em decúbito ventral, após ingestão de produto de contraste oral bifásico.
Realizaram-se sequências T2 “half-Fourier single-shot”, sequências “fast imaging with steady-state precession” e sequências ponderadas em T1 “fast spoiled-gradient-echo sequences”, estas últimas antes e após administração intravenosa de gadolínio.
As características visualizadas nas diferentes sequências permitem a classificação do estádio da doença de Crohn, nomeadamente em doença inflamatória activa, doença fibroestenótica ou doença fistulizante.
Em conclusão, a entero-RM permite a avaliação e caracterização das alterações inflamatórias existentes na doença de Crohn, bem como as possíveis complicações, de uma forma segura e não invasiva, sem recurso a radiação ionizante, factor relevante em idade pediátrica.

 

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