TUMORES DO ESTROMA GASTROINTESTINAL: DIAGNÓSTICO, TERAPÊUTICA E AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA
CLÁUDIA CAMPOS, JOSÉ VENÂNCIO, MARIA MANUEL LEMOS

Os tumores do estroma gastrointestinal (GIST) são raros, contudo representam as neoplasias mesenquimatosas mais frequentes do tubo digestivo. A sua melhor definição é a expressão de um receptor de membrana tirosina kinase (KIT), que é a base do diagnóstico histológico e que permitiu o desenvolvimento de uma terapêutica alvo, o Imatinib. Os GIST são tumores com grande variabilidade morfológica e clínica, com potencial maligno e risco de recidiva dependentes da localização, dimensão e índice mitótico. Podem ter origem em qualquer órgão do tubo digestivo e, raramente, no peritoneu e retroperitoneu. A terapêutica de primeira linha na doença ressecável é a cirurgia, estando o Imatinib indicado para a doença irressecável/metastática e como adjuvante nos tumores de risco intermédio e alto. A tomografia computorizada (TC) é o exame de escolha no diagnóstico e avaliação da resposta à terapêutica. As características radiológicas permitem o diagnóstico diferencial com tumores mais frequentes, como carcinoma e o linfoma. Os GIST manifestam-se tipicamente como lesões exofíticas, hipervasculares, por vezes com degenerescência quística/necrótica, hemorragia e ulceração. Metastizam para o fígado e peritoneu; e raramente originam adenopatias ou ascite. Na monitorização da resposta à terapêutica devem utilizar-se não só critérios morfológicos (de dimensão e número de lesões) mas sobretudo de densidade. A redução da densidade das lesões e a resolução de nódulos captantes são indicadores de resposta à terapêutica. A tomografia de emissão de positrões com 18 fluordesoxiglucose (FDG PET) é um exame sensível na doença metabolicamente activa, contudo com custos mais elevados e disponibilidade limitada. Foram revistos os processos clínicos e exames radiológicos de 76 doentes com diagnóstico imunohistoquímico de GIST (60% do estômago, 17% do intestino delgado). Cinco doentes apresentavam inicialmente metastização hepática e peritoneal, 40% eram tumores de alto risco.

 

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