RESULTADOS DA PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA GUIADA POR ECOGRAFIA NA AVALIAÇÃO DA DOENÇA NODULAR DA TIRÓIDE: EXPERIÊNCIA NA NOSSA INSTITUIÇÃO
MÓNICA VIEIRA, HELENA MARTELO, MANUEL MATIAS

Introdução: A doença nodular da tiróide é extremamente comum. A punção aspirativa por agulha fina (PAAF) é o método mais eficaz na sua avaliação. O número de PAAF tem aumentado com a detecção ecográfica de nódulos sem expressão clínica. A avaliação destes nódulos carece de directrizes consensuais, o que tem conduzido a grande heterogeneidade na abordagem deste problema.

Objectivos: Apresentar os nossos resultados relativos à PAAF ecoguiada de nódulos da tiróide, discutir a probabilidade de malignidade nos nódulos com resultado não diagnóstico e indeterminado na citologia, calcular a prevalência de neoplasia nos nossos doentes e avaliar a extensão da doença nos doentes com carcinoma bem diferenciado.

Material e Métodos: Fez-se uma revisão retrospectiva dos registos dos doentes que realizaram PAAF ecoguiada de nódulos da tiróide no período compreendido entre Setembro de 2007 e Agosto de 2009.

Resultados: Foram efectuadas 420 PAAF em 324 doentes. Os resultados citológicos incluíram: 154 (36.2%) amostras não diagnósticas, 242 (57.6%) resultados benignos, 14 (3.3%) indeterminados/suspeitos, 12 (2.9%) malignos. Dos 116 doentes com resultado não diagnóstico, 67 repetiram a PAAF. Dos 14 doentes com resultado suspeito, 7 foram submetidos a cirurgia e apenas um comprovou malignidade. Todos os 9 doentes com resultado maligno na citologia, submetidos a cirurgia, tiveram o mesmo diagnóstico histológico, sendo que, destes, 2 tinham doença localmente avançada. Na nossa amostra, encontramos 11 carcinomas papilares, 1 carcinoma folicular e 1 carcinoma anaplásico.

Conclusões: Duas das limitações da PAAF continuam a ser a elevada percentagem de resultados não diagnósticos dos resultados iniciais (35.8%, 116/324), cuja repetição permite um diagnóstico em mais de metade dos casos, e a dificuldade de distinção entre benignidade/malignidade nos resultados suspeitos, que leva a que 85.7% (6/7) destes doentes tenham sido submetidos a cirurgia, comprovando ter lesões benignas. Não se registaram falsos positivos. A prevalência de malignidade foi de 4.1% (13/317). Os 2 tumores localmente avançados tinham tamanho superior a 1cm.

 

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