TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA NA DETECÇÃO DE FRAUDES EM FÓSSEIS
F. RITA, O. MATEUS, M. OVERBEEKE

Resumo
O material em análise é um crânio de dinossauro ornitísquios Psittacosaurus do Cretácico da China, suspeito de se tratar de uma fraude. O fóssil aqui descrito mostrava-se em muito bom estado de conservação. O crânio está quase completo, mas como se encontra preenchido por sedimento este impede a análise da anatomia intracraniana (Fig 1 e 2). Com o intuito de confirmar ou não a existência de elementos ósseos fossilizados no interior da massa sedimentar que preenchia o crânio do Psittacosaurus, este foi sujeito a análise por tomografia computorizada, segundo planos paralelos à calote craniana. O crânio de Psittacosaurus mostrou absorção não esperada aos RX, devido a marcadas diferenças de densidade entre o osso e a matriz de preenchimento devido ao interior do crânio ser constituído por uma amálgama de materiais, em que predominava um menos denso e relativamente homogéneo (terra e cera), que unia e montava toda a calote craniana, não existindo as normais estruturas ósseas. A capacidade da tomografia axial computorizada de diferenciar materiais com diferentes densidades de absorção ao Raios X, veio permitir que fossem de uma forma fácil e fiável investigadas e esclarecidas as dúvidas sobre a qualidade do espécime fóssil estudado, concluindo-se, sem margem para dúvidas que apesar do seu aspecto realista, nos encontrava-mos perante uma fraude.

Palavras-chave
Fraudes em Dinossauros; Fósseis; Radiologia; Tomografia Computorizada.

 

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