URGÊNCIAS EM NEURORRADIOLOGIA VASCULAR TERAPÊUTICA
CABRAL DE CAMPOS, JORGE GUEDES

INTRODUÇÃO
A denominada Angiografia Terapêutica/Cirurgia Endovascular conheceu na ultima década grandes progressos fundamentados em novos equipamentos – angiografos digitais mono ou biplanares dotados de movimentos rotacionais e possuidores de estações de trabalho com software avançado de pós-processamento possibilitando reconstruções tridimensionais e cálculos de áreas e dimensões de estruturas vasculares. Outra área emergente nesta nova tecnologia será a junção no mesmo equipamento – angiografo, da imagem vascular com a imagem tomodensitométrica parenquimatosa, visando o diagnóstico “in time” de uma eventual complicação durante uma intervenção endovascular. Igualmente tem-se assistido a extraordinários avanços na Bio-Engenharia com o desenvolvimento de novos microcateteres e microguias stents – próteses endovasculares adaptadas ás características arteriais cerebrais, coils – espiras de platina, outras com revestimento de polímero e com diferentes modelos de destacamento. Também têm surgido múltiplos materiais embólicos – partículas de PVA, colas biológicos e produtos líquidos com propriedades solidificantes.

Todo este cenário associado ao rápido progresso da Imagiologia Vascular não invasiva – Angiografia TC e Angiografia RM – conduz forçosamente a que num futuro relativamente breve as salas de Angiografia num Departamento de Imagiologia sejam convertidas em unidades fundamentalmente terapêuticas – Blocos de Angiografia Cirúrgica. Esta mudança vai determinar alterações e adaptações funcionais nos serviços bem como importantes medidas de reformulação curricular, envolvendo transversalmente múltiplas especialidades médicas. Toda esta problemática tem tradução na urgência Neurorradiológica Vascular Terapêutica, implicando a conjugação de esforços multidisciplinares – Neurologia, Neurocirurgia, Imagiologia Neurológica Diagnóstica, Imagiologia Neurológica Terapêutica, Anestesia, Enfermagem e Técnicos de Imagiologia.